2013-09-30

'Qual a finalidade de abordar a vida pessoal de um candidato em uma entrevista de emprego?' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 30/09/2013, com uma ouvinte que foi fazer uma entrevista de emprego e foi muito questionada sobre sua vida pessoal.

Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Qual a finalidade de abordar a vida pessoal de um candidato em uma entrevista de emprego?'

mulher equilíbrio vida pessoal profissional

Uma ouvinte escreve: "Tenho 36 anos, trabalho há 12 anos em uma empresa de porte médio e decidi me candidatar a uma vaga que abriu em uma empresa maior. Fui chamada e fiz a entrevista. Mas a maioria das perguntas iniciais foi sobre a minha vida pessoal: se sou casada, se tenho filhos, onde meu marido trabalha, que cargo ele ocupa, se temos casa própria e mais algumas nessa linha.

Quando finalmente o entrevistador se dispôs a abordar os meus conhecimentos e a minha experiência, eu já havia perdido totalmente o interesse naquela vaga. Dei respostas curtas e sem emoções. E, obviamente, acabei sendo eliminada do processo. Como não tenho participado de entrevistas já faz algum tempo, pergunto se essa linha de abordagem é recente e qual é a finalidade dela?"


Não, essa não é uma linha de abordagem, como você gentilmente colocou. É uma intromissão indevida em sua vida privada. Além de ser anti-profissional e descortês, esse questionamento sobre assuntos que nada, nem de longe, têm a ver com a função a ser executada, é também ilegal.

Você pode, se quiser, mandar uma carta à diretoria da empresa, relatando o fato. Não posso crer que o tipo de inquisição da qual você foi vítima tenha a aprovação de alguém que ocupe um cargo de confiança e de responsabilidade na alta direção.

Talvez a carta não venha a ter qualquer efeito prático em seu caso, mas ela poderá vir a evitar que outras mulheres passem pelo constrangimento que você passou.

Barbaridade. Uma situação dessas faz com que a gente passe a apreciar um pouco mais a mecânica impessoal dos concursos públicos.

Max Gehringer, para CBN.


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