2013-04-09

Entrevista não é uma competição de conhecimentos - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 09/04/2013, com um ouvinte que teve uma entrevista de emprego ruim.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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Entrevista não é uma competição de conhecimentos

entrevista de emprego ruim

Um ouvinte escreve: "Espero que esta mensagem não dê a ninguém a impressão de que sou arrogante ou presunçoso. Não é essa a minha intenção. Tenho 25 anos, formação superior, falo dois idiomas e fiz pós-graduação no exterior. Eu tenho, acredito, todas as condições para ingressar em uma boa empresa. Mas, há duas semanas, eu fui entrevistado por um gerente de uma multinacional para uma vaga de analista. E na medida em que a entrevista ia caminhando, eu não sabia se ria ou se chorava. O gerente falava coisas do tipo 'a gente estamos'. Mas isso nem é o pior. Eu mencionava uma ferramenta de gestão e o gerente nunca tinha ouvido falar dela. Eu mencionava um livro que li e o gerente mudava de assunto. Conclusão: a entrevista foi um porre e eu não fui contratado."

Bom, o que aconteceu foi uma total falta de sintonia entre você e o gerente. Você certamente demonstrou que está mais bem preparado do que ele para os grandes desafios corporativos do século 21. Pode-se até dizer que você é o futuro das empresas e aquele gerente representa o passado.

Mas vamos ao momento presente, que é o que interessa. Uma entrevista não é uma competição de conhecimentos entre um futuro chefe e um futuro subordinado. É uma busca de similaridades, pessoais e profissionais. O candidato ideal é sempre aquele capaz de mostrar os pontos que terá em comum com o futuro chefe. E você acabou mostrando o abismo que existe entre vocês dois.

Ao não contratar você, o gerente talvez não tenha tomado a melhor decisão para o futuro da empresa, e sim a melhor para a tranquilidade pessoal dele. Não foi a decisão perfeita, mas o mundo corporativo está longe de ser perfeito.

Max Gehringer, para CBN.

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