2013-03-06

Entrevistas de emprego: Ser ansioso não é defeito - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 06/03/2013, sobre como uma das respostas-padrão a uma pergunta-padrão das entrevistas de emprego, "Qual o seu maior defeito?", na verdade não é um defeito.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

/===================================================================================

Ser ansioso não é defeito

ansioso

Em entrevistas de emprego sempre surge aquela pergunta marota: "Qual é o seu maior defeito?" E a maioria dos candidatos tem a resposta na ponta da língua: "Ah, eu sou muito ansioso!"

Só que do ponto de vista corporativo, ser ansioso não é defeito, é virtude. E nem é uma virtude nova, porque os homens da caverna já eram ansiosos. Se não fossem, teriam sido extintos.

A ansiedade é uma reação química do corpo humano quando pressente um perigo, que pode ser, por exemplo, uma apresentação para a diretoria ou a necessidade de ter que explicar porque cometeu um erro.

E o que acontece a partir desse instante? Primeiro, o cérebro manda as glândulas dos rins liberarem adrenalina. A adrenalina é uma espécie de garoto de recados que alerta todo o corpo para ficar em estado de alerta. E o corpo obedece. O coração acelara as batidas. O sangue se concentra nos músculos, o que faz as mãos ficarem geladas e o rosto pálido. O cérebro pede mais oxigênio e por isso o ritmo da respiração aumenta. E aí, com a ansiedade a mil, o corpo inteiro pode entrar em ação.

Por isso, quem é muito ansioso pode começar a parar de se preocupar, porque foi graças à ansiedade que a raça humana conseguiu sobreviver aos predadores. E continua sendo graças à ansiedade que os funcionários conseguem sobreviver aos predadores do escritório.

E então, voltando ao maior defeito. Defeito mesmo é ficar tranquilo e sossegado na hora do perigo. Porque, aí sim, o bicho pega.

Max Gehringer, para CBN.

Nenhum comentário: