2012-12-04

Filme: A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 2

Depois de assistir nos cinemas o segundo filme da "saga" Crepúsculo, o Lua Nova, eu jurei a mim mesmo que não iria mais gastar meus suados reais para ver outro filme da "saga" nos cinemas. E assim foi com Eclipse (que acabei vendo algumas partes na TV) e com Amanhecer - Parte 1 (que só vi os trailers mesmo). E eu também não iria ver A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 2 (no original The Twilight Saga: Breaking Dawn - Part 2), mas uma confluência do destino me fez ir ao cinema assistí-lo (leia-se: estava com um grupo de amigos e as mulheres queriam ver o filme). O resultado final não foi tão ruim quanto eu imaginava, foi até divertido (mas poderia ter sido bem melhor).

filme saga crepúsculo amanhecer parte 2 poster cartaz

A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 2 começa com a protagonista Bella (Kristen Stewart) acordando como vampira e descobrindo seus poderes, ao mesmo tempo em que conhece a sua recém-nascida filha Renesmee (vivida na fase criança por Mackenzie Foy). O romance com o seu marido vampiro (ou fada, dizem as más línguas), Edward (Robert Pattinson) vai bem, e o triângulo amoroso com o lobisomen Jacob (Taylor Lautner) se resolve, graças a uma ideia muito errada da autora do livro, Stephenie Meyer, de fazer Jacob ter um imprinting (uma espécie de paixão avassaladora a primeira vista que acontece com os lobisomens) com Renesmee ainda bebê (!), no útero de Bella, aliás (!!!).

Com toda a parte romântica resolvida, a primeira parte de Amanhecer - Parte 2 se dedica a mostrar Bella e seus novos poderes, mostrando como os vampiros são legais e os seres humanos são um zero a esquerda. Kristen Stewart e Robert Pattinson quase conseguem mostrar um pouco de atuação, mostrando um Edward mais relaxado sem a preocupação de matar a esposa com seu amor (urgh) e uma Bella mais "viva", mesmo estando morta. (Mais uma ironia que acompanha a personagem, começando pelo nome dela e sua atriz protagonista, porque de bela, a Kristen "Bella" Stewart tem pouco.)

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Tendo terminado o "drama" romântico, a trama volta-se para Renesmee, que é meio vampira e meio humana, e que cresce rapidamente. Os Volturi, o grupo vampírico de "xerifes" da raça, liderados pelo afetado Aro (Michael Sheen), crê que a criança é uma vampira criada (mordida), um delito grave punido com a morte, e vai em direção aos Cullen para exterminar a criança. Enquanto isso, os Cullen procuram por ajuda em outros clãs vampíricos, para se opor ao poder dos Volturi e talvez, conseguir explicar a situação.

Na realidade de Crepúsculo, vários vampiros têm dons, ou seja, poderes à la X-Men, como telepatia, manipulação de elementos (água, fogo...) e outros variados. E a apresentação de personagens com poderes, tanto dos vampiros aliados dos protagonistas, quanto dos Volturi, é uma das partes mais interessante do filme (e de toda a "saga", aliás), só perdendo mesmo para a batalha final, que é conduzida com maestria pelo diretor Bill Condon. A batalha é excitante e violenta, um banho de sangue que não poupa personagens. SPOILER ATÉ O FINAL DO PARÁGRAFO: Uma pena mesmo é que toda a batalha seja uma espécie de flashforward/visão de Alice, que não se concretiza, o que faz com que o clímax do filme seja extremamente frustrante (broxante, para dizer sem meias palavras), mostrando um pouco de falta de coragem dos seus realizadores, além de deixar a trama em aberto demais, o suficiente até para que algum executivo de estúdio maluco pense em fazer mais continuações caça-níqueis.

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A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 2 é, isoladamente, um filme razoável. Ele tem seus defeitos, alguns muito ruins, como alguns efeitos especiais (mais para defeitos especiais), especialmente a construção digital de de Renesmee como bebê, cujo resultado é pavoroso, somente um pouco melhor do já conhecido efeito especial dos vampiros correndo, que também é horrível. Também não ajuda o fato dos vampiros de todas as partes do mundo serem uma coleção de clichês, como os irlandeses beberrões ou as duas vampiras brasileiras índias do Amazonas, e ainda por cima vestidas como rainhas de bateria de escola de samba, e uma delas, ainda com o sugestivo nome de Senna (seria Meyer uma fã de Fórmula 1?).

Kristen Stewart e Robert Pattinson continuam atores medíocres, apesar de claramente terem evoluído um pouco neste último capítulo (de ruins para medíocres, entenda). Michael Sheen parece se divertir com seu caricato personagem, mas o efeito é de apenas diminuir a ameaça dos vilões do filme. Os demais atores (como Maggie Grace e Dakota Fanning), perdidos em meio a tantos personagens, pouco conseguem mostrar, e o meu destaque pessoal continua sendo Ashley Greene, que está maravilhosamente linda como Alice.

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Apesar desses percalços, Amanhecer - Parte 2 consegue ser interessante. Grande mérito disso se deve ao fato de pouco investir no romance açucarado e garotos sem camisa (um milagre o tempo que Lautner demora para tirar a camiseta), temas mais que batidos nos outros filmes da série, cujos enlaces já foram resolvidos. Seria melhor com um final mais corajoso, mas ainda se salva como filme isolado. Como "saga", seria uma tortura ter que assistir todos os filmes só para ter um final bacaninha. A sorte é que a trama, bobinha, consegue ser bem resumida e facilmente entendível, então você não precisa passar pelos outros filmes para ver este, basta ler um resumo na internet (não ter visto a parte 1 não me prejudicou em nada, já que há muito tempo atrás eu li um resumo dos livros não lembro onde).

Com créditos finais que recapitulam todos os personagens e seus atores desde o primeiro filme, A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 2, tenta dar um ar de grandeza, de épico, de "saga" à sua história. Apesar de possivelmente agradar as fãs invocando memórias afetivas, isso soa desnecessário e forçado. Mas mesmo assim, no fim, vale a pena ver o filme, especialmente (para alguns, somente) pela batalha final. Não é um grande filme, e nem mesmo faz parte de uma grande "saga", mas rende uma diversão interessante. E você, leitor do sexo masculino, ainda vai ganhar pontos com as mulheres por ir assistir ao filme.

P.S. Um grande abraço para meus amigos Tubbies, Cly, Caixa e Mari, que formou o grupo comigo no cinema. Culpa da Cly e da Mari eu ter assistido o filme. ;)

Trailer:



Para saber mais: crítica no Cinema em Cena e no Omelete.

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