2010-09-28

'Voltei à minha ex-empresa e ninguém me recebeu' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 28/09/2010, sobre amizades e relações profissionais.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Voltei à minha ex-empresa e ninguém me recebeu'

andando sozinho
Escreve um ouvinte: "Tive uma das maiores decepções da minha vida, ao visitar uma empresa na qual trabalhei catorze anos, e da qual saí faz três anos. Em minha despedida, meus colegas promoveram uma festa e meu chefe fez um discurso elogiando meu trabalho, e disse que as portas da empresa estariam sempre abertas para mim. Pois bem, descobri que não estavam. Aproveitando um dia livre, decidi dar uma passadinha na ex-empresa, para rever os antigos colegas. A minha decepção começou na portaria: ninguém me reconheceu, porque todos os porteiros haviam mudado.

Meu ex-chefe me atendeu apenas pelo telefone interno, e me disse que estava ocupado demais para me receber naquele momento. Quando solicitei que ele autorizasse a minha entrada para eu falar com outras pessoas, ele me respondeu que as normas da empresa não permitiam que ele me desse essa autorização. Eu fui embora arrasado. Nos catorze anos que passei ali, meus resultados foram excelentes e meu relacionamento com os colegas era apontado como exemplo. Agora, nem um cafezinho eu pude tomar. Fiquei sem entender o que fiz de errado."


Bom, você não fez nada errado. Você apenas confundiu relação profissional com amizade pessoal.

Ao deixar a empresa, o seu compromisso com ela cessou, e vice-versa. A festa que lhe deram marcou o final dessa relação. O discurso das portas abertas, feito por seu chefe, dizia respeito apenas ao campo profissional. Se você tivesse algo a oferecer em termos de negócios, seria bem recebido.

Casos como o seu são cada vez mais comuns, porque a rotativade está aumentando e a memória das empresas está encurtando.

Eu espero que você tenha mantido contato frequente com alguns de seus antigos colegas, não porque eles eram seus amigos, mas porque eles podem ser uma boa fonte de referência, caso você necessite.

Os amigos de verdade eram dois ou três, embora nos catorze anos, você deva ter convivido com centenas de colegas que o elogiavam e davam a impressão de ser seus amigos do peito.

O mais frustrante nessa história é que você só descobre quem são seus verdadeiros amigos depois que sai da empresa. Enquanto você está nela, não há como saber.

Max Gehringer, para CBN.

Um comentário:

Ana P. disse...

Mimimi, ninguém me ama, ninguém me quer!

Meu, eu trabalhei com gente ano passado que eu num lembro nem o nome.

Vida profissional é assim, meu querido. Você não faz amigos no trabalho.

Aliás, fazer amigos NA VIDA já é algo tão difícil e raro.