2010-06-05

Filme: Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo

Feriadinho na quinta (porque eu trabalhei na sexta), aproveitei pra ir ao cinema. Um dos filmes que vi foi a aventura Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo (ou originalmente Prince of Persia: The Sands of Time). Resumindo, um bom filme de ação, sem uma história muito elaborada, mas que diverte.

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Prince of Persia é uma franquia já estabelecida nos videogames. Os primeiros jogos eram da época do PC 286 e apesar de relativo sucesso, a franquia ficou um bom tempo sem dar as caras. Até que em 2003, Prince of Persia: The Sands of Time foi lançado para PS2 e outros consoles da mesma geração, alcançando um grande sucesso, que culminou com a compra dos direitos para a realização do filme.

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Particularmente eu nunca joguei essas versões mais novas, e por isso, não tenho como comparar o filme com o jogo. Mas, pelo que li, se a história foi mudada, a essência dos personagens não, o que demonstra um ponto positivo. Isso porque uma boa história em uma mídia (videogame) quase sempre fica ruim em outra (filme), se não houverem as devidas adaptações.

Mas voltando ao filme Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo, nele conhecemos a história de Dastan (Jake Gyllenhaal), órfão pobre, que acaba sendo adotado pelo rei da Pérsia (e por isso, vira príncipe - d'oh - mas sem direito ao trono, por não ter sangue real).

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Alguns anos depois, com Dastan já adulto, em companhia de seus dois irmãos de sangue real, motivados por uma possível traição da cidade sagrada de Alamut, comandada pela princesa (que tem nome de remédio) Tamina (Gemma Arterton, também em cartaz atualmente com Fúria de Titãs) eles a invadem. E nesta invasão, Dastan acaba tomando posse de um valioso artefato, uma adaga com o poder de fazer voltar o tempo. Que usa como "combustível" uma areia especial, as areias do tempo do título.

Mas tudo isso Dastan desconhece. Ele só tomará conhecimento disso ao longo da sua jornada, que envolve traições familiares, disputas pelo reino e pelos poderes místicos da adaga, e claro, amor. Sim, porque sua companheira nesta jornada será a princesa Tamina, que envolve clássicos clichês de filmes de aventura/ação para a molecada: o herói que é corajoso na batalha, mas que não tem o menor jeito com as mulheres (inclusive com o clássico clichê, que é verdade em muitos casos também, de gaguejar ao tentar responder uma provocação feminina), e as brigas entre os dois, que obviamente, se transforma em amor no final.

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Como se vê, é essencialmente uma história bem simples, mas que é contada de uma excelente maneira. As cenas de ação estão ótimas, a coreografia das lutas e dos movimentos de Dastan, excelentes e que fazem homenagem à sua fonte, os games. A movimentação do personagem até me fez pensar se um título melhor não seria Prince of Parkour. As cenas iniciais de batalha, na invasão da cidade sagrada, são um ótimo exemplo disso, especialmente o jeito como ele escala o muro. E notem a cena do óleo quente: aquilo é pura homenagem ao jogo pra quem é familiarizado com games de modo geral, mas o público em geral não nota isso, ele apenas vê uma (boa) cena de ação. Só essa parte inicial já valeria o ingresso.

A atuação, de modo geral, é regular. A dupla de protagonistas Gyllenhaal e Arterton poderiam ter uma química melhor, mas a dinâmica entre eles não atrapalha. Gyllenhaal parece um pouco perdido, sem estabelecer uma posição: se herói de ação, ou um perdido pelo mundo que acabou sendo príncipe. Talvez, devido à história do personagem, isso tenha sido proposital, essa alternância entre estados, mas o resultado final apenas deixa aparente uma confusão que não ajuda na história. Arterton, por outro lado, aparece bem confiante em seu papel, e ela é o fio condutor da história em muitas cenas, obscurecendo o papel do herói Dastan.

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Fora os dois protagonistas, Alfred Molina aparece (pouco, uma pena) como alívio cômico, como um personagem clássico de histórias juvenis, aquele que não é exatamente um vilão nem um mocinho, mas que de certa forma, será importante na jornada. O outro grande nome do cartaz, Ben Kingsley, como tio de Dastan, que atua bastante contido até revelar seu verdadeiro papel na trama, aí quase ultrapassa a tênue linha para o caricato.

Achei os efeitos especiais muito bons, mas fica aquela sensação de poucos efeitos pro porte do filme. Uma das possíveis razões para isso é que os efeitos acabam não se destacando muito, porque estão bem inseridos nas cenas. Toda a batalha pela tomada da cidade sagrada, por exemplo, deve ter usado muitas cenas de CG, mas o foco nelas acaba desviado para o fator humano, ou seja, o parkour de Dastan (o que, na minha opinião, é o mais "correto" e legal).

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A intenção do filme é claramente a de divertir descompromissadamente. Quando ele foge desse intento (como quando o roteiro faz uma clara alusão a Guerra do Iraque, armas perdidas e não encontradas), o filme se perde, porque claramente não é isso o que ele propõe, nem o que o público-alvo quer ver. Fora isso, talvez o maior defeito do filme seja a resolução final dele. Um tanto forçado, ao meu ver, mas que não chega a estragar o filme como um todo.

Dirigido por Mike Newell, o filme Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo foi produzido por Jerry Bruckheimer para a Disney, o que gera inevitáveis comparações com a franquia Piratas do Caribe. Neste sentido, Príncipe da Pérsia pode até se tornar uma franquia (dependendo do suce$$o deste primeiro filme), mas falta a ele um personagem carismático como o Capitão Jack Sparrow de Johnny Depp. Porque Gyllenhaal está mais para o (meio sem sal) Will Turner de Orlando Bloom.

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Enfim, eu me diverti bastante assistindo Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo. Recomendo pra uma sessão pipoca, descompromissada e relaxante (mas por favor, não faça barulho alto ao mastigar a sua pipoca).

Trailer:



Para saber mais: crítica no Omelete e no Cinema em Cena.

3 comentários:

Sardinha Mestre disse...

quero ir ai pra tua cidade ver esse filme em 3d

Andarilho disse...

Esse filme não tem 3D

Unknown disse...

Graças para o reboque, é um muito bom filme tem tudo, romance, ação e aventura. Eu acho que filmes de Jake Gyllenhaal, Demolition é apenas onde ele apresenta um grande personagem, o seu desempenho parece impecável, ações de crédito com Naomi Watts e Chris Cooper. A história parece muito bom, quando você não tem a única solução é demolir para construir novamente. Sem dúvida um grande drama com a história, bons atores e do diretor de Buyers Dallas Club.