2009-08-24

O que falta para deixar de ser um funcionário mediano - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 24/08/2009, sobre autocrítica.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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O que falta para deixar de ser um funcionário mediano

autocrítica
"Já passei por algumas empresas que fazem aquelas avaliações anuais de desempenho", escreve um ouvinte. "Sempre fui classificado como 'na média'. Nunca recebi uma classificação do tipo 'excelente', 'superior', ou qualquer dessas palavras que fazem a gente se encher de orgulho. Cheguei à conclusão que sou percebido como um empregado apenas mediano, embora eu acredite ter potencial para ser bem mais do que isso. O que está me faltando?"

Autocrítica. Mas não se apavore, isso é normal.

Algo muito difícil no mercado de trabalho é encontrar alguém capaz de se avaliar como realmente é. Uns 20% pensam que são piores do que são. E vivem com medo de perder o emprego, ou de reclamar quando devem, ou de mudar quando podem. Mas um número muito maior se enxerga de uma maneira digamos, muito otimista.

Há alguns anos em São Paulo foi feito uma pesquisa com motoristas. E a pergunta era: você considera que dirige na média, pior que a média ou melhor que a média? E nada menos que 80% dos pesquisados afirmaram que dirigiam melhor do que a média. Estatisticamente, como se sabe, isso é impossível, tanto no trânsito, quanto no mercado de trabalho.

Mas, na hora de se autoavaliar, a maioria dos profissionais também tende a minimizar defeitos e maximizar virtudes, mesmo que algumas dessas virtudes nunca tenham sido demostradas na prática.

E suposto, as avaliações de desempenho geralmente estão corretas. Numa empresa, 70% dos funcionários são, de fato, medianos. A palavra parece uma ofensa, mas não é. Mesmo num clube só de gênios, a maioria estará na média da genialidade e só 2 ou 3 se sobressairão em comparação com os demais.

Mas voltando ao caso do nosso ouvinte, o que está faltando é ele prestar mais atenção aos poucos colegas que foram avaliados como ele gostaria de ter sido. Cada empresa tem seus próprios critérios de avaliação. E a diferença entre ser mediano ou superior está no entendimento de que a empresa irá reconhecer quem fez mais do que deveria ter feito.

Potencial, como no caso do nosso ouvinte, é importante para o futuro, mas uma avaliação de desempenho leva em conta apenas o passado recente.

Por isso, o nosso ouvinte deve entender a avaliação mediana não como um castigo, ou uma crítica, mas como um incentivo. Ou melhor ainda, como um crédito. Ele ganhou mais um ano inteiro para demonstrar que pode ser o que ele acredita que é.

3 comentários:

disse...

Tentamos ou não!

Lara disse...

Nunca leio seus posts sobre trabalho.
Mal de desempregada mimada sustentada pelos pais.
Quem sabe um dia eu dou uma olhada em tudo.
Quando eu precisar.
;]

Andarilho disse...

Êeee, que vidão ;)