2009-06-07

Empresas tendem a ser mais pragmáticas do que sábias em suas decisões - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 05/06/2009, sobre como as decisões das empresas são geralmente mais pragmáticas do que sábias.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui).

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Empresas tendem a ser mais pragmáticas do que sábias em suas decisões

rei salomão consultor moderno
Consulta de um ouvinte surpreso: "Abriu uma vaga de coordenador em meu setor", diz ele. "E eu me candidatei a ela juntamente com mais três colegas. O processo usado para decidir quem seria promovido foi uma dinâmica de grupo. Os quatro candidatos participaram de uma sabatina conjunta, com o diretor da área. Primeiro, o diretor perguntou que contribuições nós poderíamos dar como líderes. E depois pediu que falássemos sobre nossos planos para o futuro.

Eu consegui me diferenciar de meus colegas mencionando os rumos que eu via para a empresa nos próximos anos, levando em conta os avanços tecnológicos, a concorrência globalizada e a responsabilidade social. Saí da dinâmica com a certeza de que tinha conseguido a vaga. Mas para a minha surpresa, não fui o escolhido. E fiquei ainda mais surpreso, porque o colega que ficou com a vaga, deu somente respostas comuns e sem imaginação. Por gentileza, me ajude a entender."


Pois bem. Você deve conhecer a história do sábio rei Salomão, que tinha que decidir qual era a verdadeira mãe de um bebê, disputado por duas mães presumíveis. Esgotados todos os argumentos, Salomão ordenou que a criança fosse cortada ao meio. E imediatamente, uma das mães pediu que o filho fosse dado inteiro à outra. E Salomão, em sua sabedoria, intuiu que aquela era a mãe verdadeira.

Mas vamos imaginar que Salomão fosse um gestor moderno e tivesse feito uma última pergunta: "Mulher, se eu lhe der essa criança, como você a educará?" A primeira mãe responderia: "Sábio rei, farei dele um ser humano inteligente e visionário, que terá grandes idéias para melhorar o vosso reino." E a segunda responderia: "Grande rei, farei dele um soldado, que poderá lutar muitas batalhas por vossa glória." E o gestor Salomão, pensando praticamente, daria o filho à segunda mãe.

Foi o que aconteceu no caso de nosso ouvinte. A dinâmica não tinha como objetivo escolher o futuro diretor de planejamento, mas o próximo coordenador de um setor. Por isso, venceu o candidato que da forma mais simples, mostrou como poderia contribuir, em curtíssimo prazo, para a eficiência dos trabalhos.

Essa foi a decisão mais justa? Talvez não. Mas as empresas não têm a grandeza do rei Salomão. Na hora de decidir, elas tendem a ser mais pragmáticas do que sábias.

Max Gehringer, para CBN.

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