2008-02-10

A ciência do palavrão

Aproveitando o assunto Superinteressante do post anterior, neste aqui eu trago uma pequena parte de uma matéria sobre palavrões.

Isso mesmo, como e porque os palavrões nascem, e como eles são parte da cultura em que o povo está inserido. Aqui vai um trechinho:

Como os palavrões nascem na parte primitiva do cérebro, quase todos versam sobre as duas coisas mais básicas da existência:

Sexo e excrementos
Veja só. "Merda" é um palavrão mais ofensivo que "mijo", por sua vez mais pesado que "cuspe", que nem palavrão é. Se você fosse excretar alguma dessas coisas na rua, essa também seria a ordem de impacto nas outras pessoas – do mais para o menos chocante. Coincidência? "Não. Não é por acaso que as substâncias que mais dão nojo também sejam vetores de doenças. A reação de repulsa à palavra é o desejo de não tocar ou comer a coisa", afirma o médico americano Val Curtis no livro Is Hygiene in Our Genes? ("A Higiene Está nos Nossos Genes?", sem tradução para português).



Se é fácil entender por que excrescências são palavrões, não dá para dizer o mesmo sobre os termos ligados ao sexo. Afinal, sexo é bom, não? Não necessariamente. "Ele traz altos riscos, incluindo doenças, exploração, pedofilia e estupro. Esses males deixaram marcas nos nossos costumes e emoções", diz Pinker. Foquemos em "estupro". Do ponto de vista evolutivo, ele foi vantajoso para os homens. Pegar mulheres à força permitia que um macho fizesse dezenas, centenas de filhos, coisa que contou pontos no jogo da evolução. Já para as mulheres isso é o inferno. O papel delas é ter poucos, e bons, filhos. Então selecionar o pai é fundamental, e engravidar de alguém que a violentou, um baita prejuízo.

Daí foi natural que a expressão "foder alguém" virasse sinônimo de "fazer um grande mal". Para entender isso melhor, complete a frase "João ___ Maria" para mostrar que eles transaram, usando apenas uma palavra. Quase todas as opções para preencher a lacuna são palavrões. Já os termos leves para relação sexual sempre carregam a preposição "com": você pode dizer que João fez amor com Maria, dormiu com, fez sexo com, transou com... Todos os exemplos indicam que João e Maria participaram do sexo de igual para igual.


Com os palavrões, a história é outra. Eles deixam claro: Maria está sempre numa posição inferior. Note que a origem de "fodido" e seus equivalente não envolve o sexo apenas como uma ferramenta de submissão de homens contra mulheres. Mas de homens contra homens também. O estupro homossexual sempre foi, e segue sendo, uma forma eficaz de deixar claro num bando de machos quem é o chefe – a violência sexual dentro dos presídios está aí para provar. A coisa é tão arraigada que até uma palavra inocente hoje, como "coitado" ou "tadinho", sua variante mais fofa, significa "aquele que sofreu o coito".



A matéria completa, assinada pelo Alezandre Versignasi e Pedro Burgos, você pode ler também no site da Superinteressante.

As fotos que ilustram a matéria eu escaneei, porque não estavam todas no site, e eu achei elas um barato. Uma modelo linda, lançando um olhar blasé e fazendo gestos obscenos, nada mais divertido, provocante e excitante. A modelo, segundo os créditos da matéria, é a Talita, da agência Now Models.

3 comentários:

Andarilho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
CintiaYamane disse...

mas que CUUUUUSSPEEEE!! AMANHA TENHO QUE TRABALHAAAA!!!!!
XD

CintiaYamane disse...

ok.. eu queria ver se dava pra gravar as coisas que a gente faz no monitor.. so que sem uma camera.. sera que da pra gravar direto, tudo que a gente faz?? que nem akeles video aula que a gente ve....